Versos que matam versus versos que morrem

Quando poetizo, me perco em devaneios sem sentidos
Produzo versos que, como lâminas cegas 
Perfuram a superfície da minha pele 
Lentamente e com certa cautela 

Quando escrevo para a vida 
Medíocre e sem sonhos 
Preciso tomar um porre 
E tomo uma ou algumas doses
 
Uma dose Nietzsche e outra de Schopenhauer 
Uma dose de Monet e outra de Michelangelo
E tento entender a existência de quem não pediu pra nascer 
E agora morre a cada segundo sem querer morrer 

Quando escrevo, sou romântico da segunda geração 
Sou um paradoxo barroco sem coração 
Quando escrevo sou trovador e ufanista 
Quando escrevo sou classicista e modernista 

Meus versos se questionam
Na densa camada de silêncio delirante 
Quando morrer 
Vamos para o céu de Ícaro ou para o inferno de Dante?

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